É
incrível ler livros como O tempo e o
Vento, clássico de Érico Veríssimo, e não se perturbar com o que está
acontecendo com a massa remanescente indígena. Poucos, ou quase nula quantidade
de indígenas sabem o quão expressiva um dia foi sua cultura. Hoje índios usam
roupas de marca, tênis e se integram ao mercado de trabalho. Errados? Claro que
não; como se pode sustentar uma cultura, cuja forma de se viver não passa perto
do capitalismo? Hoje, ocupar um espaço de terra custa dinheiro; portanto, não vêem
outra forma de sustentar um território a não ser pelo meio trabalhista; cujo
sistema nem sempre é aprovado, resultando na perda legal de terras.
Mesmo
assim, ainda há tribos que preservam seus costumes, tradições e identidade.
Lutam (por meio da justiça), contra o avanço da urbanização; mas não deixam de
lado o seu próprio avanço, na área da saúde, saneamento e educação. Não são
raras as vezes que vemos na televisão reportagens de conflitos indígenas contra
o Governo: lutando pelo seu direito.
Durante
a colonização portuguesa no Brasil, a população indígena foi dizimada, por meio
de armas e doenças; e o pior, dizimando também sua cultura por meio de uma
aculturação forçada (política). Isso reflete nos tempos de hoje, onde vemos
poucos índios preservando a forma de viver de seus antepassados.
É
triste ver uma civilização ir à ruína, de 1.300 línguas, restarem hoje apenas
180. O Brasil possui índios que lutam pela sua cultura, mas não afirmam ser o
capitalismo algo ruim; possuindo alguns aparelhos de televisão, celulares e
rádios – alguns até sonham em cursar a faculdade.
Digno
seria a massa jovem, idealista e revolucionária, apoiar a preservação de uma
identidade; a qual não nos pertence.