sábado, 15 de junho de 2013

Quanto custa uma cultura?

                É incrível ler livros como O tempo e o Vento, clássico de Érico Veríssimo, e não se perturbar com o que está acontecendo com a massa remanescente indígena. Poucos, ou quase nula quantidade de indígenas sabem o quão expressiva um dia foi sua cultura. Hoje índios usam roupas de marca, tênis e se integram ao mercado de trabalho. Errados? Claro que não; como se pode sustentar uma cultura, cuja forma de se viver não passa perto do capitalismo? Hoje, ocupar um espaço de terra custa dinheiro; portanto, não vêem outra forma de sustentar um território a não ser pelo meio trabalhista; cujo sistema nem sempre é aprovado, resultando na perda legal de terras.
                Mesmo assim, ainda há tribos que preservam seus costumes, tradições e identidade. Lutam (por meio da justiça), contra o avanço da urbanização; mas não deixam de lado o seu próprio avanço, na área da saúde, saneamento e educação. Não são raras as vezes que vemos na televisão reportagens de conflitos indígenas contra o Governo: lutando pelo seu direito.
                Durante a colonização portuguesa no Brasil, a população indígena foi dizimada, por meio de armas e doenças; e o pior, dizimando também sua cultura por meio de uma aculturação forçada (política). Isso reflete nos tempos de hoje, onde vemos poucos índios preservando a forma de viver de seus antepassados.
                É triste ver uma civilização ir à ruína, de 1.300 línguas, restarem hoje apenas 180. O Brasil possui índios que lutam pela sua cultura, mas não afirmam ser o capitalismo algo ruim; possuindo alguns aparelhos de televisão, celulares e rádios – alguns até sonham em cursar a faculdade.

                Digno seria a massa jovem, idealista e revolucionária, apoiar a preservação de uma identidade; a qual não nos pertence. 

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